Diogo Graça: “Mesmo lesionado, não desisti e lutei sempre. É uma sensação incrível!”

By on 18 Agosto, 2019

O novo campeão nacional de SX Elite falou connosco sobre aquela que foi, possivelmente, a melhor corrida da sua carreira até hoje.

Lesionaste-te antes de Poutena. Chegaste a Lustosa em que condições físicas?

“Desde a prova da Poutena que não treino de moto. Apenas fiz exercícios de manutenção para perder o mínimo possível da minha forma física. Apenas andei de moto nos dias das corridas. Com as provas a serem todas em fins de semana consecutivos, era impossível treinar de moto durante a semana porque a preocupação era recuperar para a prova seguinte. Por isso, em Lustosa estava um pouco ‘preso’ porque não estou na minha forma habitual. No entanto, ao longo da noite, consegui ir-me ‘soltando’ cada vez que ia para a pista.”

Foste 3.º na primeira Final e ganhaste logo aí 2 pontos ao Sandro Peixe. Como foi esta primeira manga?

“Apesar de ter conseguido ganhar 2 pontos, a primeira Final não me correu muito bem. Arranquei mal e demorei bastante tempo até ultrapassar alguns pilotos. Entretanto, o Sandro também cometeu um erro e consegui ultrapassá-lo. A partir daí, geri o meu esforço porque sabia que o Sandro já vinha um pouco longe de mim. O que interessava era terminar na frente dele e foi nisso que me concentrei.”

Qual foi a estratégia para a segunda Final? Em que é que estavas a pensar na grelha de partida?

“Foi um pouco estranho porque estava a discutir o título com o meu colega de equipa.   É sempre mais complicado porque somos uma equipa e queremos dar-nos todos bem. No entanto, eu estava focado e sabia que era possível ganhar o título. Estava determinado e consegui arrancar bem. Senti-me muito confortável. Impus um bom ritmo desde início e consegui chegar à liderança. Dei tudo por tudo e foi excelente. Nunca me tinha sentido assim tão bem e tão rápido. Deixei toda a concorrência para trás e fiquei muito feliz com a minha prestação.”

És apenas o segundo piloto da história do Supercross em Portugal a conquistar o título de SX Elite com uma moto da classe SX2. Qual a sensação?

“É uma sensação incrível! Quase nem tenho palavras. Ter ganho a classe Elite com uma ‘dois e meio’ foi muito bom. Foi um campeonato com muitos contratempos. Eu magoei-me, o Hugo Basaúla também, o Sandro Peixe foi o mais regular. Mesmo lesionado, não desisti e lutei sempre. Sofri bastante nas últimas três corridas. Tudo o que recuperava durante a semana, ‘estragava’ no dia das provas. Os domingos eram dias horríveis porque mal conseguia mexer o braço direito. Mas durante a semana tive gente muito boa a cuidar de mim e conseguiam-me sempre deixar sem dores de modo a enfrentar as provas ao sábado da melhor forma possível.”

A quem gostarias de agradecer?

“Tenho de agradecer à GugaMX. Ao Gonçalo e à Daniela que são os patrões da equipa. Eles todos os dias trabalham intensamente para nos poderem dar as melhores condições. Agradecer também ao Zé que é o braço direito do Gonçalo e que orienta tudo na nossa estrutura. Esse trabalho é fundamental mas também muito desgastante e, por isso, tenho de lhe agradecer. Obrigado ao Luís, o meu mecânico, à CrossPro e a todos os meus patrocinadores pessoais, Irmalex, Irmatim e a todos os que me ajudam. Sem eles isto não seria possível. Também o público em todas as corridas foi espetacular. Por último, um grande obrigado à minha família e aos meus amigos.”

(Foto: Luís Duarte/FMP)

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