Dakar – Ruben Faria: “Não estou em condições de competir”
Aos 42 anos Ruben Faria prepara-se para abraçar um novo desafio. Por força da lesão contraída num pulso durante o último Dakar, o piloto algarvio decidiu pendurar o capacete e assumir as funções de diretor desportivo da Husqvarna, equipa na qual esteve inserido o ano passado e que é uma das principais candidatas à vitória na maior prova de todo-o-terreno do mundo.
Ao MotoSport, Faria explicou que tem “contrato com a Husqvarna até ao final de 2017 como piloto. No entanto a minha queda no último Dakar foi um pouco agressiva e a verdade é que após duas cirurgias ao pulso direito estou melhor mas não o suficiente para competir. Por isso em conjunto com a Husqvarna antecipámos um bocado todo este processo”. Passo decisivo para este desfecho foi a presença no último Rali de Merzouga, onde o piloto luso abandonou ao final de três dias. “Depois do Dakar 2016 estive em Merzouga para ver como estava. Acabei por não me sentir bem e ao final de três dias desisti, tendo mesmo de ser novamente operado ao pulso”.
Apesar de continuar ligado à modalidade que ama, Ruben Faria não esconde que é com “pena que a minha carreira chega ao fim, mas nada é eterno e ainda por cima numa modalidade como esta onde o corpo é sujeito a um esforço muito violento. Não posso dizer que estou a parar muito cedo até porque todos os pilotos que começaram a competir ao mesmo tempo já se retiraram há alguns anos. Tenho uma longa e bonita carreira que teve altos e baixos como qualquer outra”.
Na hora de escolher o grande momento da sua carreira, o novo diretor desportivo da Husqvarna foi bastante claro. “O segundo lugar no Dakar 2013 foi o mais mediático. Liderei a corrida e fiquei a menos de 11 minutos do vencedor, Cyril Despres, que era também o meu companheiro de equipa na KTM. Foi um grande momento para a história do motociclismo português”.
Já quanto às novas funções no seio da Husqvarna, Ruben Faria confidenciou que tudo é “ainda muito novo. É uma função à qual tenho de me adaptar, pois fui formatado para andar de moto e agora tenho de apontar baterias para outras tarefas. Não irá ser muito difícil. Conheço bem os pilotos (ndr: Pablo Quintanilla e Pela Renet), que até há bem pouco tempo eram meus colegas. Para além desse factor temos entre todos uma boa relação”. Faria considera que os seus dois pupilos vão “necessitar de ajuda ao nível da experiência neste tipo de provas uma vez que estamos a falar de dois pilotos jovens. Existem algumas situações pelas quais já passei e eles não precisam de passar e consequentemente cometer os mesmos erros que cheguei a cometer”.
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