Dakar 2020, 4ª Etapa: Brabec, Cornejo e Benavides numa classe à parte
A 4a etapa do Dakar 2020 mostrou pela primeira vez e de forma inequívoca, a consistência de andamento dos 3 pilotos da Honda, aparentando agora um favoritismo inegável.
Foi a primeira vez nesta edição que um piloto ganha uma etapa, parte na frente no dia seguinte abrindo a pista, consegue liderar desde o arranque e apenas perde 3m para o vencedor, conseguindo manter a liderança à geral. Foi este o feito de Ricky Brabec na etapa de hoje e muito bem acompanhado pelos seus colegas de equipa José Ignácio Cornejo e Kevin Benavides.
Sam Sunderland foi a grande desilusão da etapa de hoje que venceu na pista (depois foi penalizado), mas com uma vantagem ridícula para os pilotos das Honda. Hoje era o dia em que Sunderland, partindo bem de trás (15o), deveria ter recuperado muitos minutos a Ricky Brabec para lhe roubar a liderança, respeitando a regra de alternância que é suposto ser cumprida dia após dia. Sam Sunderland terá encontrado dificuldades inesperadas causadas pelo pó dos pilotos da frente, que escondia um terreno muito pedregoso onde o inglês não se sentiu à vontade. A etapa na sua primeira parte foi de navegação relativamente fácil, o que permitiu aos pilotos que partiram da frente, manter a liderança da classificação apesar de não terem a ajuda dos rodados marcados nos trilhos. Hoje o pó sentido pelos pilotos de trás foi mais penalizante do que a falta de rodados na pista para quem abria a etapa.
E com este pequeno desilize, a KTM deixou a Honda consolidar a liderança do rali agora com uma vantagem já de certa forma considerável.(12m08s)
Interessante assinalar o facto de que no ano passado por esta altura, ou seja após a etapa 4, a diferença entre o líder da classificação e o décimo classificado era de menos de 6 min enquanto hoje essa diferença é superior a 34 min. A verdade é que este novo traçado, bastante mais duro, está a provocar diferenças de andamento entre os pilotos da frente bastantes mais marcadas.
De assinalar na etapa de hoje o excelente andamento de Ross Branch que voltou a conseguir um pódio, recuperando a confiança e o ritmo depois da queda da etapa de ontem.
Impressionante também o resultado de Paulo Gonçalves que depois de ter sofrido um avaria na etapa anterior que o fez perder muitas horas e o forçou a percorrer cerca de 2 horas de noite para chegar ao bivouac, hoje arranca lá do fim da fila, com a faca nos dentes e foi só ultrapassar pilotos,uns atrás dos outros, indiferente ao problema do pó e das pedras, de que tantos se queixaram. Paulo Gonçalves é um “monstro” do Dakar, um piloto com uma coragem e uma determinação como não conheço outro! Um verdadeiro orgulho para os portugueses e este 4o lugar teve um sabor de vitória.
Ainda com destaque positivo, o piloto argentino da Yamaha Franco Caimi que andou forte mas teve o azar de ser penalizado.
De realçar a prova consistente que está a fazer o americano Skyler Howes, piloto bem conhecido e com bons resultados nos EUA, nomeadamente na Baja 1000 onde já obteve o 5º lugar. Howes, um rapazinho de 27anos, 1,90 de altura, 90kg estreou-se no dakar em 2019 e abandonou na 6ª etapadepois de duas quedas. Regressa este ano e parece estar a dar-se bem nas pistas de areia e pedra sauditas, onde já conquistou um 18º lugar na 1ª etapa, 11º na 2ª etapa, 10º na 3ª e hoje foi nono, estando no Top10 da geral!!!
Mas o rali ainda só vai a um terço da sua distancia total, muitas e muitas novidades e surpresas vão ainda acontecer, tudo pode virar-se do avesso….mas para já o Ruben Faria está a safar-se bem….não acham?
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