AMA Supercross: Mudanças no sistema anti-doping
O Conselho de Administração da FIM reuniu-se na sede na Suíça na semana passada para discutir uma variedade de tópicos. Os fãs americanos do Supercross têm-se feito ouvir no que diz respeito ao envolvimento da FIM no Supercross já há algum tempo. A maioria das reclamações gira em torno do sistema anti-doping da Federação.
A FIM tem sido muito lenta no processo de informar os pilotos que falharam num teste de drogas e os pilotos têm-se queixado da existência de problemas de comunicação com a FIM, o que deixa as respectivas equipas confusos. Está também em causa o facto de a FIM suspender os pilotos por um período de tempo que muitos acreditam ser demasiado longo.
No entanto, um comunicado da Federação deixa alguma esperança de que a mudança esteja a caminho. “A FIM aprovou um processo mais rápido e simplificado para os testes anti-doping, no que ao AMA Supercross diz respeito. A recolha e análise da amostra recolhida serão da responsabilidade da Agência Anti-Doping dos Estados Unidos. A FIM será responsável pelo resto do procedimento no caso de o resultado ser positivo.” Como se pode verificar através das palavras da administração, parece ter-se chegado à conclusão de que são necessárias alterações no procedimento. Porém, a FIM continuará a ser responsável pelo processo caso o resultado seja positivo.
Christian Craig foi um dos pilotos mais recentemente afetados pelo sistema anti-doping da FIM. O piloto tinha acabado de participar no Nacional de Washougal quando recebeu a derradeira notícia. A FIM decidiu que deveria ser suspenso durante o período de dois anos, a partir do dia em que o teste foi feito. Ora, até aqui, tudo parece fazer sentido caso esta informação não lhe tivesse sido feita 10 meses e meio depois de o teste ter sido realizado. Quer isto dizer que todos os resultados obtidos desde a data do teste até aí seriam apagados.
Craig não poderá correr até ao dia 9 de março de 2020 e não lhe foi justificado por que é que os resultados demoraram tanto a serem divulgados. Apesar de a FIM ter deixado claro que não acredita que o piloto tenha ingerido a substância intencionalmente, acusam-no de não ter verificado antes das provas que tudo estava bem com o seu corpo. Christian Craig não ficou satisfeito com a justificação da Federação. “Vou apresentar a decisão da FIM no Tribunal Arbitral do Desporto.”
O piloto tornou pública a situação e que estava envolvido no dia 18 de Junho, dizendo que tinha sido encontrada uma substância dopante no seu organismo num teste realizado depois da prova de Daytona, em março de 2018. “O mais importante é que NUNCA tomei nem tomaria uma substância banida pela Federação se soubesse que o estaria a fazer.”
Christian Craig explicou ainda que há dois níveis de substâncias proibidas: uma que suspende o piloto imediatamente e a outra não. “Como a substância que eu fui acusado de ingerir está do lado menos mau das duas listas eu pude continuar a correr.”
O piloto deu voltas à sua memória para tentar perceber de onde poderá ter vindo a substância. Depois de muitos testes e pesquisas, percebeu-se finalmente a origem. “Descobrimos que muitos suplementos têm ingredientes que provêm de todo o mundo. Isto, torna impossível garantir que que nenhum deles foi contaminado de alguma forma, principalmente, um ano depois.”
Foto: Facebook AMA Supercross
0 comentários