Diogo Ventura: “Cheguei a pensar que o título estava perdido”

By on 17 Outubro, 2019

Diogo Ventura recuperou o título de campeão nacional de Enduro Absoluto que já tinha sido seu em 2017. O piloto de Góis falou connosco sobre a jornada bastante emotiva que teve em Marco de Canaveses.

Chegaste ao Enduro de Marco de Canaveses com 1 ponto de atraso para o Gonçalo Reis. Que estratégia tinhas planeada para esta prova?

“Preparei-me bastante bem esta corrida. Depois de vencer em Águeda – prova que o Luís Oliveira falhou devido a uma infelicidade, mas são coisas que acontecem – percebi que tinha hipóteses de conseguir o título. Não queria que acontecesse o mesmo do ano passado, em que cheguei à última prova com possibilidades de ser campeão e não consegui. Fui para esta prova muito determinado. Depois das férias de verão, regressei aos treinos apesar de alguns problemas num joelho. Fiz duas corridas do Mundial de Enduro para me preparar e cheguei a Marco de Canaveses muito forte e acho que isso se viu. Ganhei os dois dias. Não sabia se o Luís ia participar mas o meu objetivo era ganhar e tinha tudo nas minhas mãos para o conseguir. Ganhei, fui campeão e o objetivo foi cumprido!”

No final do primeiro do dia, assumiste logo a liderança do campeonato Absoluto. No entanto, se o Gonçalo Reis ganhasse o segundo dia, seria ele o campeão. Como foi gerir essa pressão?

“Sem dúvida que o Gonçalo Reis foi o piloto mais regular ao longo do campeonato e não perdeu nenhum dia. Fui-me aproximando dele ao longo do ano e, em Marco de Canaveses, foquei-me em ganhar os dois dias porque isso era o mais importante. Sabia que se ganhasse o segundo dia, seria campeão. A pressão que eu sentia era para ganhar, e não propriamente a pressão de ser o Gonçalo ou outro piloto. Claro que, com a chuva que caiu no domingo, tudo podia acontecer e era muito fácil perder a corrida ou ter algum azar. Consegui manter-me de pé e chegar ao fim com a vitória.”

Depois de começares a temporada com um abandono, conseguiste ser o piloto que mais provas venceu este ano. Que balanço fazes desta temporada?

“Esta temporada foi sempre em crescendo. Comecei com um abandono em Vila Nova de Santo André , depois em Peso da Régua – ainda com a Honda CRF 450 – não correu nada bem e acabei por fazer 4.º nos dois dias desta prova. Fiquei logo muito atrasado no campeonato e cheguei a pensar que estava tudo perdido. Assim que troquei para a Honda CRF 300, discuti logo o triunfo com o Luís Oliveira na Figueira da Foz mas não consegui vencer porque perdia muito tempo face às 450cc numa especial muito rápida na areia. Na prova seguinte, na Lousã consegui a vitória que eu procurava desde o início do ano e, a partir daí, triunfei em todas as corridas o que me permitiu chegar ao título.”

A quem gostarias de agradecer ou dedicar estes títulos?

“Sempre que vencemos, é claro que há sempre muitas pessoas a quem agradecer. É um trabalho conjunto de uma equipa muito grande, a começar pelos meus patrocinadores, em especial o Góis Moto Clube. Obrigado ao meu mecânico, à minha família, aos meus amigos, ao meu preparador físico, ao meu fotógrafo e ao gabinete de imprensa. Todos trabalham todos os dias para que eu possa chegar mais longe.”

(Foto: FMP)

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