Enduro/TT: João Lourenço – “Não participava numa Baja desde 2016”
O vencedor surpresa da Baja de Loulé é, na verdade, um piloto atualmente dedicado a 100% ao Enduro. Fomos falar com o piloto da Beta sobre esta experiência mas também sobre os objetivos que tem para a presente época.
Como é que surgiu a oportunidade de participares na Baja de Loulé?
“Eu não participava numa prova de Todo o Terreno desde 2016, ano em que fui 3º na Baja de Portalegre. Numa conversa entre amigos, eles desafiaram-me a voltar a participar numa prova de TT. Decidi então fazer a Baja de Loulé dado que é a mais próxima que tenho. Atualmente este tipo de provas são bastante dispendiosas e, por isso, não dava para ir a outra prova mais longe, até porque este campeonato não é a minha prioridade. Foram esses amigos que me deram uma ajuda para que eu conseguisse participar na Baja de Loulé.”
Dominaste todo o fim de semana. Como é que te sentiste ao longo da prova?
“Entrei bem no prólogo. Ataquei logo desde início porque sabia que os Quads iam competir diretamente com as Motos e eu já sofri bastante atrás do Beto Borrego na Ferraria em 2016! Consegui ganhar o prólogo por quatro milésimas! Deu para fazer toda a corrida à frente dos Quads sem stress e sem quedas. No SS1 marquei o meu ritmo sem arriscar muito – estava a jogar num terreno em que me sinto muito à vontade e consegui ganhar logo uma boa vantagem. No setor seletivo de domingo de manhã, não consegui entrar tão bem e não ganhei assim tanta vantagem. Os Quads aproximaram-se de mim a 20 km do fim. Quando me apercebi, tive de ‘abrir as goelas’ de novo à 2T para voltar a descolar deles!!!”
Planeias fazer mais alguma prova de Todo o Terreno este ano?
“Tenho sempre apontado na minha agenda fazer a Baja de Portalegre. É muito complicado em termos financeiros e tenho de ver com a equipa nessa altura. Até porque os ISDE realizam-se praticamente dentro da minha casa e é uma prova à qual não quero faltar.”
O teu principal foco está no Enduro. Que balanço fazes da tua temporada até agora?
“Sinto que tenho vindo sempre a progredir. Estive lesionado há dois anos e acho que ainda estou a recuperar o meu ritmo habitual. Não é fácil. Este ano comecei a treinar já tarde e, por isso, tenho estado a fazer maior número de provas possível para ‘ganhar horas’ na moto. A prova que me correu melhor e pior foi a da Figueira da Foz. Estava a correr tudo bem e estava a conseguir bater-me com os pilotos da frente. No entanto, na última especial bati com o peito no ‘botão do stop’ que, com a areia encravou, acabando por perder três minutos.”
Quais são os teus objetivos para o resto da época? O que achas que te falta para bateres os primeiros classificados no campeonato nacional de Enduro?
“Estou em 2º na classe E2 e estou em 4º no Absoluto. As coisas têm corrido minimamente bem mas faltavam-me muitas horas na moto e agora já estou a conseguir isso. Todos sabemos que uma coisa é estar a 5 segundos do primeiro classificado, outra coisa é conseguir eliminar esses 5 segundos. Ficarei feliz se terminar todas as corridas no pódio Absoluto porque sei que os pilotos da frente estão muito fortes e não param de competir há um ou dois anos sem lesões. A mim cabe-me trabalhar ao máximo para estar ao nível deles.”
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