Rita Vieira: De um Hard Enduro com uma moto de Trial para um Rally Raid com uma T7!

By on 22 Dezembro, 2021

A versatilidade de Rita Vieira já é algo que ninguém questiona. Mas há algumas semanas, a portuense fez provavelmente a “transição” mais radical de sempre!

A “Ritinha” falou em exclusivo com o Offroad Moto sobre esta experiência única.

Sobre a participação no Hard Enduro da Lousã, a jovem contou-nos:

“Foi o primeiro Hard Enduro este ano..m
Eu adoro hard Enduro, é uma modalidade que me fascina pois consigo pôr em prática toda a minha técnica do trial que é a minha grande vantagem uma vez que tenho a perna curta e a força para empurrar também não é a maior. O meu objectivo é sempre passar em cima da mota pois eu sei que quando tenho que empurrar, aí estou em desvantagem.”

Na Lousã, Rita Vieira participou numa prova de Hard Enduro com a sua moto de Trial
(Foto: André Ferreira Fotografia)

“A minha yamaha está preparada para Enduro. Para fazer Hard Enduro seria necessário perder algum tempo a prepara-la e não tivemos essa oportunidade, então decidi ir com a mota de trial.
Sinceramente foi mais difícil do que pensei, o início era muito rápido e com a mota de trial é impossível andar muito rápido.”

Rita Vieira no prólogo da Lousã Extreme
(Foto: André Ferreira Fotografia)

“Sem duvida que tive vantagem em muitos sítios com a mota de trial, mas para além de ser também bastante cansativo porque nunca nos podemos sentar, senti que em alguns sítios não é muito simples porque o facto de não me poder sentar e por os pés no chão para ajudar a fazer tração torna tudo mais difícil em certos sítios, principalmente em subidas, tem que ser tudo com técnica.
Além disso o trial é à base da precisão e tudo muito lento, ali foi o contrário, não importava como passar importava ser rápida!
Gostei bastante da experiência, no fundo é juntar o melhor de dois mundos.”

Uma semana depois do Hard Enduro, Rita Vieira estreou-se nos Rally Raids com uma Yamaha Ténéré 700…

“Tudo começou na quinta feira à noite quando fui buscar a Tenere700, sexta feira foi dia preparação da mota, preparação esta muito básica, que consistiu na montagem do roadbook, baixar as suspensões e a Yamaha Portugal já me tinha colocado um banco mais baixo e uma biela de suspensão mais comprida.
Para montar o roadbook foi relativamente simples, a verdade é que com um mecânico como o Pedro Almeida não há nada impossível, e acreditem fica sempre TUDO perfeito, confio a 200% no seu trabalho!
Já em Alcanena e com a mota prontíssima, fizemos as verificações, coloquei o roadbook na mota que agora já vem pintado e deixa-a em parque fechado.”

Rita Vieira estreou-se nos Rally Raids em Alcanena com uma Yamaha Ténéré 700!
(Foto: ABT Foto)

“O dia de sábado foi constituído por 250km. Nos primeiros kms confesso que foi muita informação, um roadbook, uma mota um tanto ou quanto pesado e bastante nevoeiro e chuva.
Mas sabia que tinha kms que chegue para me habituar e assim foi, foi incrível ir descobrindo a mota, ir descobrindo os limites e no fim dos 250km só queria continuar, estava mesmo a divertir-me e a aprender muito.
Apanhamos alguma pedra, lama e areia, esta última deixava-me um pouco preocupada no início mas percebi que a melhor opção era mesmo por em prática aquele velho ditado “na dúvida acelera” e resultou!
Terminado o primeiro dia com sucesso esperava-me o segundo.
O segundo dia eram cerca de 155km, um dia mais curto, com o tempo a ajudar e eu com mais horas em cima da Tenere 700.
Tinha tudo para correr ainda melhor, mas pus na cabeça que tinha que apanhar o rapaz que partiu à minha frente porque já me sentia muito mais confiante com a mota e claro que não resultou muito bem visto que ao km77 perdi-me um bocadinho!”

Rita Vieira teve o seu primeiro contacto com a navegação no Rally Raid de Alcanena
(Foto: ABT Foto)

“Consegui tirar uma lição super importante quando se está a navegar: dar prioridade ao roadbook e só depois acelerar.
Ainda me perdi uma segunda vez já a acabar, o que resultou em minutos extra de penalização por falhar alguns waypoints.
Mas fiquei feliz pois eu e a minha Tenere chegamos ao fim e ilesas!
O que senti mais dificuldade em conduzir a Tenere foi curvar sentada (queria curvar como na minha WR) e nas travagens, devido ao peso a mota demora o dobro ou triplo do tempo a parar em relação à WR, apanhei uns sustos à conta disso, mas correu tudo bem!
Mas resumindo e concluindo, adorei a mota, adorei voltar a navegar com o roadbook e adorei passar o fim de semana naquele ambiente de corrida com um padock rodeado de pessoas 5 estrelas.”

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