42 anos de Dakar: Começa a Grande Aventura (1978-1986)
É realmente em 1977 que começa a ser idealizada a Grande Aventura. Thierry Sabine perde-se com a sua moto no deserto da Líbia, durante o rali Abidjain – Nice. “Salvo das areias” in extremis, regressa a França subjugado por essas paisagens mágicas. Faz então a promessa de compartilhar essa descoberta com o maior número possível de pessoas.
Dessa forma, imagina uma viagem extraordinária a partir da Europa. A rota chegaria então a Argel, e depois cruzaria para Agadez vindo a terminar em Dakar. O projeto torna-se realidade rapidamente.
O Paris-Dakar abre-se então para um mundo desconhecido, no qual o seu criador, Thierry Sabine, surge como um verdadeiro pioneiro. O seu lema será: “Um desafio para os que partem, um sonho para os que ficam.” A África, um continente com múltiplas facetas, oferece de fato o elixir perfeito que mistura sonho e competição. Assim, em 26 de dezembro de 1978, o primeiro Paris-Dakar arranca a partir da praça Trocadero, onde tudo começa.
182 veículos reúnem-se na Praça Trocadero para uma aventura de 10.000 quilómetros por terreno desconhecido, em direção a Dakar. O encontro entre dois mundos, procurado por Sabine, acontece. Entre os 74 pioneiros que chegam à capital senegalesa, Cyril Neveu, numa Yamaha 500 XT, abre a lista dos ‘motards’ no maior rally do mundo. Primeira vítima de uma longa lista, o jovem motociclista Patrick Dodin após deixar a pista em Agadés (Níger).
1981 – A vitória de Hubert Auriol com a BMW GS
O Paris-Dakar rapidamente conquista o público, fascinado por aqueles aventureiros comuns que desafiam o deserto cada um à sua maneira. A Yamaha e a Honda destacam-se nas motos, o Rolls-Royce de Thierry de Montcorgé ou o Citroen CX do piloto de F1 Jacky Ickx sobressaiem nas 4 rodas. Hubert Auriol, já conhecido como “O Africano”, vence o seu primeiro Dakar com a BMW GS 800 batendo a Yamaha XT 500 de Serge Bacou.
1983 – 40 pilotos perdidos no Ténéré
A primeira visita ao deserto do Ténéré traz maravilhas e, ao mesmo tempo, aterroriza. A caravana fica presa numa tempestade interminável de areia que desorienta uma quarentena de pilotos. E os mais perdidos, passam quatro dias à procura de achar o seu caminho. A lenda é posta em movimento porque o Dakar atrai tanto as estrelas do show business quanto os melhores pilotos do planeta. Como paradigma dessa simbiose benéfica, a 4ª edição impõe a dupla formada pelo hexacampeão das 24 horas de Le Mans, Jacky Ickx, e o ator Claude Brasseur.
1986 – O ano negro
Thierry Sabine, o cantor francês Daniel Balavoine, o jornalista Nathaly Odent, o piloto François Xavier-Bagnoud e o técnico de rádio Jean-Paul Le Fur morrem num acidente de helicóptero. As cinzas de Thierry Sabine são espalhadas no deserto. O seu pai Gilbert, e Patrick Verdoy, tomam as rédeas. A corrida continua, mas há um vazio no coração de todos… perdeu-se o criador!
0 comentários