A dureza da passagem pela Bolívia
Pode ter sido curta, mas a verdade é que a passagem do Dakar pela Bolívia deixou as suas marcas. Com uma etapa maratona pelo meio, homens e máquinas foram pela primeira vez colocados à prova na presente edição da maior prova de todo-o-terreno do mundo.
As elevadas altitudes e as difíceis condições meteorológicas foram apenas alguns dos ingredientes que levaram a que muitos concorrentes fossem forçados ao abandono, algo que todos evitam a partir do momento em que partem à aventura.
Nas motos 11 pilotos tiveram a desistência como desfecho. Entre os nomes desta lista, constam algumas das principais figuras da prova. Joan Barreda, Ruben Faria, Matthias Walkner foram vítimas de falhas mecânicas, no caso do espanhol, ou de quedas, no caso do português e do austríaco, que destruíram os sonhos de homens que tinham elevadas ambições, quando no passado domingo, em Buenos Aires, partiram para a prova.
Num segundo plano destaque também para o abandono de Ivan Jakes, piloto privado, mas que é sempre um nome a ter conta para terminar a competição no top 10. Das 136 motos que estiveram à partida, 112 vão agora enfrentar a segunda semana de prova.
Se nas motos alguns das principais figuras ficaram pelo caminho, a verdade é que nos quads o cenário não foi muito diferente. Os últimos dois vencedores da prova, Ignacio Casale e Rafal Sonik já foram para casa. O piloto polaco foi vítima de problemas na embraiagem da sua Yamaha, enquanto Casale foi vítima de uma queda na sexta etapa, depois de já ter tido problemas de motor no dia anterior. O piloto chileno parece não se dar muito bem com os ares da Bolívia, pois o ano passado foi um dos homens que não resistiu à dureza da etapa no Salar de Uyuni, o maior mar salgado do planeta.
Outro abandono de salientar é o do estreante Marcelo Medeiros devido a uma queda. Pode ser estranho realçar a desistência de um simples estreante, mas a verdade é que até à desistência o piloto brasileiro vinha a dar boa conta de si, ocupando o terceiro lugar na classificação geral.
Com uma semana de competição já realizada, o Dakar de 2016 ainda não teve areia, mas é verdade é que as dificuldades continuam a fazer parte do percurso e a ser um autêntico quebra-cabeças para todos os envolvidos nesta competição ou não fosse esta a maior e a mais dura prova de todo-o-terreno do mundo.
Fotografia: Magnus Torquato
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