Dakar: David Megre e Luís Portela de Morais prontos para a grande aventura
Realizou-se ontem no Mercado de Ourique, em Lisboa, a apresentação oficial da participação de David Megre e Luís Portela de Morais no Dakar 2017. Os dois pilotos vão participar na maior prova de todo-o-terreno do mundo, que arranca dia de 2 de janeiro em Assunção (Paraguai), integrados na KTM Portugal/Jetmar, formação que tem ainda nas suas fileiras o estreante, Gonçalo Reis, e Mário Patrão, vencedor da categoria Maratona em 2016.
Para os dois pilotos este é o cumprir de um “sonho antigo”, que ganhou contornos de realidade graças ao convite endereçado por Francisco Pita, responsável máximo da Jetmar.
Para Luís Portela de Morais esta participação é ainda um pouco mais especial, pois trata-se de um jogador de rugby, onde é atualmente campeão nacional pelo Grupo Desportivo de Direito, ocupação que divide com a de profissional na área dos seguros.
O objetivo como não poderia deixar de ser passa por chegar a Buenos Aires no dia 14 de janeiro, no entanto David Megre e Luís Portela de Morais apontam ainda a outra meta. “O objetivo é sempre chegar ao fim. No entanto já ando nisto há alguns anos, tenho experiência, e quero terminar a prova bem. Chegar a Buenos Aires dentro dos 30 primeiros seria um excelente resultado já que o top 20 está sempre reservado para os pilotos de fábrica, pois cada equipa tem muitos pilotos”, explicou o aniversariante David Megre, que ao longo da sua carreira já conquistou títulos nacionais no todo-o-terreno e enduro.
Já Luís Portela de Morais alinhou pelo mesmo diapasão do seu amigo de longa data. “Para a estreia o objetivo é concluir o Dakar. Tanto eu como o David vamos com o objetivo de rodar juntos. Contudo temos a noção de que o nosso andamento é forte. Em competição temos sempre de ter um objetivo competitivo e esse consiste em ficar no top 30. É algo secundário, mas acredito que é possível atingir essa meta. Se não for também não haverá problema”.
De modo a garantir a presença no Dakar, Luís Portela de Morais teve ao abrigo das novas regras de realizar um rally raid, neste caso o Rali de Merzouga, prova onde o piloto luso foi 20º da classificação geral, 10º da categoria Dakar Challenge. “Em Marrocos o resultado final apareceu de forma natural, pois eu e o David não arriscámos nada. Fiquei muito contente à semelhança do que aconteceu com o resultado da Baja Portalegre (ndr: 9º). Apesar de estar afastado das corridas sinto-me competitivo para este grande sonho”.
Quanto à moto que os dois pilotos vão utilizar, a KTM 450 Rally, estas foram recentemente estreadas com a configuração do Dakar na mítica Baja Portalegre 500, prova que encerrou o Campeonato Nacional de Todo-o-Terreno. David Megre não escondeu as diferenças existentes com a moto que habitualmente utiliza na competição nacional. “A moto a que estamos habituados pesa 110 kg. Já a máquina que vamos levar ao Dakar pesa 160 kg vazia e chega aos 200 kg com os dois depósitos de combustível cheios. É portanto uma moto mais pesada, que exige uma certa adaptação, e por vezes faz coisas que não estamos à espera. Quando passamos de uma moto para a outra pensamos que esta é um ‘grande tractor’. É realmente um grande tractor, mas com uma boa estabilidade e velocidade. É uma moto muito boa”.
De modo a que todas as necessidades dos quatro pilotos em competição sejam correspondidas durante as duas semanas de prova, a KTM Portugal/Jetmar terá no terreno diversos meios. Sensivelmente 12 elementos, pilotos incluídos, que terão à sua disposição um camião, dois jipes de assistência e ainda a colaboração da casa-mãe caso seja necessário algo mais.
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