Dakar 2017, Etapa 4: E agora KTM?

By on 5 Janeiro, 2017

A quarta etapa do Dakar, que levou a caravana até à Bolívia trouxe consigo a primeira grande ‘bomba’ da corrida. Toby Price, o vencedor da competição em 2016, está fora da prova devido a uma queda nos momentos finais da tirada que resultou na fratura do fêmur esquerdo curiosamente a mesma lesão que o seu colega, Matthias Walkner, sofreu no último Dakar e com a particularidade de ter sido também na Bolívia. Esta situação deu-se quando Price estava a atacar o líder da prova, Joan Barreda Bort, liderando mesmo a especial, na tentativa de recuperar o importante tempo perdido ontem devido a problemas de navegação.

Com o abandono de Price, a KTM perde o principal ‘ponta-de-lança’  na luta pela vitória, que há 16 anos que não foge à marca de Mattighofen. E é precisamente esta a principal questão que levanta-se com o abandono do rápido piloto australiano. Estaremos a sensivelmente uma semana do fim do domínio da KTM no Dakar? Com a saída de cena de Price, a insígnia austríaca fica com o vencedor do dia de hoje, Matthias Walkner, e Sam Sunderland para tentar prolongar o seu reinado. Neste momento os dois pilotos ocupam na classificação geral a terceira e quinta posições, respetivamente, a 24m36s e 25m46s do primeiro posto. À falta de oito etapas para o fim da prova tudo pode ainda acontecer apesar desta confortável almofada que dispõe Joan  Barreda Bort.

Mas a questão que se levanta é se em condições normais, isto é  em andamento puro e sem interferências de factores externos, se Sunderland e Walkner têm capacidade para destronar o piloto da Honda, algo que Toby Price parecia dar mostras de conseguir. Com isto não é retirar o mérito a estes dois pilotos, que são dos melhores do mundo no todo-o-terreno mundial, mas Joan Barreda Bort e Toby Price parecem estar num outro campeonato apesar de ao piloto espanhol faltar ainda uma certa consistência.

Certamente que os responsáveis da KTM, nomeadamente Alex Doringer e Jordi Viladoms, não terão hoje uma noite fácil no ‘bivouac’ em Tupiza de forma a delinear um plano para destronar Barreda Bort. Um ponto que joga a favor da marca de Mattighofen está na fiabilidade da sua 450 Rally, que raramente deixa ficar mal os seus pilotos ao contrário da rival Honda CRF 450 Rally, que apesar dos responsáveis nipónicos terem afirmado que para este Dakar trabalharam afincadamente neste aspecto crucial para conquistar competições.

A outra solução para destronar está também no Grupo KTM, mais concretamente na ‘irmã’ Husqvarna, que tem no ‘nosso’ Ruben Faria o diretor desportivo. O atual campeão do Mundo de Cross Country e Ralis Pablo Quintanilla é o segundo classificado e terá certamente uma palavra a dizer na luta pela vitória. Contudo apesar de uma possível vitória da Husqvarna faça com que o triunfo  fique em casa nunca será a mesma coisa para a KTM, um construtor que inevitavelmente já marcou a história da mais dura competição de todo-o-terreno do mundo. Resta esperar pelos próximos episódios para tirarmos as nossas dúvidas….

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