Dakar 2017 – Joaquim Rodrigues Jr: “É um escândalo o que me fizeram”
A notícia que caiu nem uma bomba no dia de ontem. Já regressado a Portugal e instalado no conforto de casa após a sua primeira participação no Dakar onde terminou num excelente 10º lugar, Joaquim Rodrigues Jr. viu a sua classificação revista caindo assim para o 12º posto. Alegadamente em virtude de uma redução do tempo que lhe tinha sido atribuída no final da 10ª etapa, dia em que esteve parado durante a especial em conjunto com Mário Patrão para prestar assistência a Pablo Quintanilla, que havia sofrido a primeira de duas quedas, que acabaram por ditar o abandono do homem da Husqvarna.
No final dessa etapa a organização do Dakar, a Amaury Sport Organisation, decidiu após verificar como habitual o GPS da moto repor o tempo que o piloto da Hero MotoSports esteve parado no auxílio a um colega de profissão. Estranhamente dois dias após a conclusão da 39ª edição do Dakar, e quatro sobre esse episódio, a organização alegou que o tempo que o experiente piloto de Barcelos esteve parado afinal tinha sido inferior ao inicialmente reposto. Uma decisão tardia e no mínimo polémica, que acabou por influenciar bastante o comportamento de Joaquim Rodrigues Jr. no última dia de prova, pois fez a tirada em função de uma vantagem que tinha para os mais directos adversários, que afinal não correspondia à realidade.
“Ontem quando cheguei a Portugal não sabia que tinha sido penalizado. Estou muito irritado com esta decisão e sinceramente nem me apetece falar muito sobre esse assunto. É um escândalo o que aconteceu. Alcancei um resultado que não esperava e nem sequer era o meu lugar porque sou um piloto estreante nesta competição. No entanto na secretaria tiraram-me essa posição. Supostamente 30 minutos depois do primeiro classificado de cada etapa é publicada pela organização a classificação oficial de cada dia e depois existe um tempo para reclamar qualquer imponderável. Neste caso a situação foi diferente. Subi ao pódio em Buenos Aires, fiz a festa com a minha equipa, entregaram os troféus e agora dois dias depois de acabar a corrida é que decidem alterar os resultados e ainda para mais quando já estou em casa. Tenho o troféu comigo e ele é meu. A organização se quiser que o venha buscar a minha casa”, explicou Joaquim Rodrigues Jr. ao MotoSport.
Numa decisão que promete continuar a fazer correr muita tinta, o segundo melhor estreante deste Dakar revelou que a sua equipa está já a desenvolver esforços para tentar reverter este desfecho. “O chefe de equipa (Wolfgang Fischer) já está a ver o que se pode fazer, mas a organização é que tem a faca e o queijo na mão. Não é correcto o que a ASO anda a fazer, pois não dá explicações a ninguém sobre as decisões que toma. Andam a brincar com isto tudo e é de lamentar tudo o que aconteceu. Com estas acções só estão a perder credibilidade”.
Apesar de estar agastado com esta situação, Joaquim Rodrigues Jr. considera que o 12º lugar em que ficou após a revisão de tempos é ainda um “brilharete”. “No entanto um top 10 é sempre um top 10, pois é ser um dos pilotos prioritários da corrida”, concluiu J-Rod.
Com ou sem 10º lugar a verdade é que Joaquim Rodrigues Jr. demonstrou durante todo o Dakar, o terceiro rali raid que fez na carreira, ser uma das principais figuras da nova geração portuguesa nesta disciplina pelo que certamente terá no futuro mais oportunidades para a exibir o seu valor e consequentemente solidificar a sua posição no maior evento de todo-o-terreno do mundo.
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