Dakar – Joaquim Rodrigues Jr.: “Quero aprender o máximo nesta experiência”
Grande figura nacional do supercross e motocross, mas que nos últimos anos esteve ligado ao enduro, Joaquim Rodrigues Jr. vai enfrentar um novo desafio na sua ilustre carreira. O piloto de Barcelos irá estrear-se no Dakar, depois em 2016 ter começado a competir nas grandes provas de todo-o-terreno mundial. Para a estreia na maior prova de TT do mundo, Rodrigues Jr. estará inserido desde logo numa formação oficial. A Hero MotoSports Team Rally, construtor indiano, que se juntou à experiente Speedbrain, equipa que levou o cunhado Paulo Gonçalves para as maratonas internacionais.
Para além das ligações de Paulo Gonçalves à Speedbrain já o próprio Joaquim Rodrigues Jr. não era nenhum estranho à estrutura germânica. “Já conhecia a Speedbrain, pois sou amigo do proprietário da equipa. Anteriormente já tinha recebido um convite para fazer o Mundial de Enduro, algo que acabou por não se concretizar. Agora convidaram-me para integrar a equipa e aceitei com todo o agrado este novo desafio”.
O piloto português irá estar aos comandos de uma Speedbrain ainda que na versão antiga. “Não vamos com a moto nova porque já foi comprovado que a máquina atual está preparada para enfrentar um Dakar. Caso contrário iríamos correr riscos de ter problemas sem necessidade”.
Ainda sem grande experiência nos rali raids, apenas realizou o Rali de Merzouga e o OiLibya Rally, J-Rod não traça grandes metas para os 15 dias de competição numa prova que confessou “desconhecer na totalidade”. “Neste primeiro ano não tenho nenhum objetivo. Quero apenas chegar ao fim sem problemas, pois estou a representar uma equipa oficial e é muito importante terminar a corrida em termos de imagem da marca. Para além de desejar concluir o Dakar pretendo também aprender o máximo possível. É por isso mesmo que serve a primeira participação é para ver como se faz um Dakar”, explicou ao MotoSport. Quanto às maiores dificuldades que espera encontrar, Joaquim Rodrigues Jr. é bastante claro. “A altitude vai fazer muitos estragos. São cinco etapas dentro desta toada, o que representa quase meio Dakar. Certamente que vou sofrer com esta situação”.
Contrariamente às provas de supercross e motocross, que têm uma componente muito forte de sprint, os rali raids decorrem dentro de outros moldes, onde a navegação desempenha um papel fundamental para o alcançar de um bom resultado. O piloto luso explicou que a aprendizagem à navegação tem decorrido de “forma natural”. “É preciso ir aprendendo com os erros e progredir aos poucos. Só passando pelas situações é que se aprende. Por este motivo as provas em que participei foram muito importantes uma vez que estava em competição e tinha de ser eu a resolver os problemas que iam aparecendo. É normal em qualquer piloto que se inicia numa modalidade passar por todo este processo, pois só assim se sabe como são as coisas. Para as pessoas terem uma noção neste tipo de competição a pilotagem tem 60% de importância, mas a navegação tem de estar a 200%” entende Joaquim Rodrigues Jr.
Aprendiz de luxo do cunhado Paulo Gonçalves, o piloto da Hero MotoSports não esconde a importância que tem em ter ao seu lado um dos “melhores pilotos do mundo”. “É´uma grande vantagem porque assim posso aprender mais depressa. O Paulo tem sido sem dúvida uma grande ajuda tal como a minha equipa, que já possui muita experiência neste tipo de eventos. Apesar de ser um privilegiado e poder evoluir de forma mais rápida nunca posso deixar de fazer o meu trabalho de casa”.
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