Dakar, Kevin Benavides: “Ganhar de novo com uma nova moto e equipa seria perfeito”
Conquistar troféus do Dakar consecutivos pode acontecer, mas não sucede desde Marc Coma em 2015, ainda na era da passagem do rali pela América do Sul. No entanto, esse é o objetivo do último vencedor do Dakar, Kevin Benavides.
Depois do seu triunfo com a Honda, o piloto argentino ‘desertou’ para a equipa rival da KTM, mas sofreu uma queda que fracturou o seu ombro e o fez ficar longe da sua nova 450 Rally durante três meses. Com a grande corrida a menos de um mês, Benavides não tem uma tarefa fácil pela frente se quiser ingressar nesse clube exclusivo de vencedores repetentes do Dakar que ainda tem como principal figura o francês Stephane Peterhansel.
“Vencer o Dakar com uma nova moto e uma nova equipa seria perfeito, mas sabemos que no Dakar não se pode controlar tudo, sempre. Não é só pilotar, há muitos fatores com os quais precisamos de nos preocupar, e eu aprendi muitas coisas no ano passado.”
A mudança de Benavides da equipa Honda HRC para a KTM foi controversa. A sua vitória em 2021 foi a segunda consecutiva da Honda, depois de Ricky Brabec vencer em 2020, tornando a equipa Honda indiscutivelmente a favorita para vencer novamente em 2022, apesar do poder inquestionável da KTM que tem 18 vitórias no Dakar… é preciso não esquecer.
“Logo depois de assinar com eles (KTM), tive uma queda e fracturei o ombro que precisou de uma cirurgia e me obrigou a ficar três meses fora da moto. O Rali de Marrocos foi a primeira corrida. Sinceramente, não levei muito a sério a prova porque cheguei a 75% e o principal objetivo era aprender como funciona a moto e a equipa. Queria saber como é tudo para dar um passo à frente na configuração. Fizemos muitas mudanças depois da corrida na suspensão e no motor e agora sinto-me muito mais confiante na moto.“
Depois de um ano tranquilo, apesar do acidente e da mudança para equipa laranja, qual será o plano de Kevin Benavides para o Dakar?
“Sei o que tenho que fazer este ano e o que precisa ser melhorado. A minha estratégia será focar no dia a dia e ver o que acontece na primeira semana, depois na segunda semana é importante forçar um pouco mais. De qualquer forma, precisamos ver como vai ser a primeira semana e depois tentar controlar a corrida na segunda.”
Durante a apresentação do Dakar 2022, falou-se em “mais areia e menos pedras”, o que deve abrir caminho para lutas mais cerradas entre os protagonistas e, com sorte, lesões menos graves. “O percurso do Dakar 2022 parece muito interessante. Estive em Paris para a apresentação, e parece que vai ter mais areia e mais cinco etapas que vão dar voltas, o que diminui as ligações. Além disso, lugares menos rochosos, o que é positivo. Em termos de navegação, acho que também será interessante, então vamos ver no que vai dar.”
A menos de um mês para o início do Rally Dakar, o que um campeão em título faz nas últimas semanas?
“No momento, só estou à espera de receber a moto em casa para começar a treinar com ela. Agora estou a ir para o ginásio duas vezes por semana e depois também mudo entre andar de bicicleta, correr e remar para manter as coisas diferentes. Estou a dar tudo o que posso para melhorar a minha condição física. No entanto, quando tiver a moto pretendo fazer um treino de rally de uma semana, o que vai me ajudar a preperar-me para o que vou enfrentar no Dakar. Obviamente, quero ganhar de novo, por isso a minha estratégia é treinar o máximo que puder e depois descansar um pouco antes de voar para a Arábia Saudita. ”
O Dakar 2022 começa no dia 1 de janeiro e termina 14 dias depois, após completarem-se mais de 8.000 quilómetros.
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