Paulo Gonçalves: “Tenho de me colocar no lote de candidatos ao Dakar”

By on 31 Dezembro, 2015

O Dakar assiste agora à chegada de vários pilotos vindos do motocross e enduro, que veem nos rally raids uma via atrativa para prosseguirem as suas carreiras. Paulo Gonçalves fez esse percurso há quase uma década, mostrando desde logo que era um dos pilotos mais rápidos do pelotão das motos mas aprendendo como privado – e à custa de algumas quedas e outras desilusões – que o Dakar é uma prova de resistência que dura duas semanas e onde a consistência é fundamental.

O campeão do Mundo de 2014 e segundo classificado do último Dakar esteve novamente na luta pelo título mundial em 2015, onde só um problema elétrico na Honda o afastou de nova conquista. “Foi o mesmo problema elétrico que nos afetou nas duas provas, em Abu Dhabi e no Chile. Sem isso teria sido novamente campeão. Mas o Mundial serve sobretudo para vermos se estamos competitivos e o certo é que em todas as provas eu andei nos lugares da frente. A equipa trabalhou muito para ter tudo a postos para o Dakar”, afirmou o piloto de Esposende.

Sobre o percurso entre a Argentina e a Bolívia, Paulo Gonçalves refere que “a saída do Peru à última hora criou alguns problemas a uma prova com esta logística. A organização teve de aumentar o número de dias na Argentina e este ano vamos passar muito tempo à volta de Fiambala, que é a zona mais complicada na Argentina. Além disso, deveremos ter três dias a mais de 4.000 metros de altitude, portanto isso também será um fator importante em termos físicos”.

Adversários: muitos e bons

Depois dos resultados nos últimos anos, onde se afirmou como um dos melhores pilotos das motos, Paulo Gonçalves não esconde que “quero sempre mais e, neste caso, só a vitória vai superar o meu resultado de 2015. Com toda a humildade, tenho de me colocar no lote de candidatos ao Dakar. Mas acho que o Joan (Barreda) poderá ser o grande favorito e depois há um lote de seis ou sete pilotos entre a KTM, Husqvarna e Yamaha. A saída do Marc Coma não tornou as coisas mais fáceis, simplesmente abriu a competição a outros pilotos como o Toby Price e o Matthias Walkner, que são jovens e rápidos e que se adaptaram muito bem aos ralis TT e ao Dakar. Depois o Ruben e o Quintanilla na Husqvarna, onde também teremos de ver o que fará o ‘Pela’ Renet. A Yamaha este ano também tem o Hélder (Rodrigues) e depois a cada Dakar há sempre uma ou outra surpresa. Como podemos ver há vários pilotos para discutirem, pelo menos, os lugares do pódio neste Dakar”, analisou.

Mas até que ponto estes jovens pilotos menos experientes terão capacidade, por exemplo, para navegar eficazmente quando ‘abrem’ a pista, sem referências à sua frente? “Até aí o Dakar é uma prova de gestão porque de facto às vezes é mais inteligente não correr riscos e esperar por um piloto mais experiente que venha atrás. Tenho a certeza que a corrida terá um ritmo intenso mas mais do que nunca será a navegação e a capacidade de gerir uma prova de 15 dias que vão decidir o Dakar”, concluiu o dorsal número 2 deste Dakar.

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