Terminou a primeira semana do Rally Dakar 2024 com a desafiante ‘48h Crono’, uma etapa de dois dias e 766 quilómetros, 532 dos quais cronometrados, que nos trouxe à memória os Dakar’s dos anos 80/90 que passavam  ou terminavam na capital do Senegal, Dakar, tal como Thierry Sabine os idealizou desde a primeira edição de 1978 que largou da Praça da Concórdia em Paris. Etapas extensas e duras, a desafiar a destreza, o físico dos concorrentes e a sua capacidade de orientação, assim como a resistência das máquinas – o verdadeiro espírito ‘dakariano’.

Nesse sentido, David Castera e a ASO estão de parabéns!

48 HORAS CRONO

Na quinta-feira, com uma das mais extensas etapas dos programa deste ano, o relógio parou extamente às 16 horas locais. Cada concorrente dirigiu-se então para acampamento mais próximo, recebendo da organização apenas um saco de dormir, uma tenda e rações de comida, e depois, todos se juntaram à volta de uma fogueira para começar a fria noite bo deserto – longe das equipas de assistência, sem telefones móveis, nem nada que os ligasse ao mundo... Isto sim é o Dakar, a fazer lembrar as origens desta competição que começou como uma grande aventura na África profunda. Isto sim foi o que imaginou o criador Sabine, infelizmente morto num trágico acidente de helicóptero numa etapa do Dakar.

Amanhã, domingo, 14 de janeiro e depois do dia de descanso, o rali prossegue com a a 7ª etapa desde a capital da Arábia Saudita, Riade, a Al Duwadimi, com um total de 873 quilómetros, dos quais 483 em especial cronometrada – outro desafio importante para se definirem os melhores líderes desta 46ª edição, uma verdadeira aventura como há muito não se via, reganhando uma génese que me pareceu perdida para sempre desde a transição do Dakar para a América do Sul, e depois para a Arábia Saudita.

3 LÍDERES EM 6 ETAPAS

Até ao momento, o 46º Rally Dakar já conheceu três lideres, Ross Branch (Hero) que comandou a classificação nos três primeiros dias e perdeu essa para Nacho Cornejo (Honda) na Etapa 4 e recuperou-a quarta-feira na chegada a Al Hofuf (Etapa 5), perdendo-a novamente para um piloto do HRC na jornada dupla de quinta e sexta-feira, desta vez para o americano Ricky Brabec.

Para nenum destes pilotos nada está perdido, embora o piloto do Botswana vá rodar solitário na segunda semana depois do abandono de Joan Barreda.

7 ABANDONOS NAS RALLY GP

E já agora, a propósito de abandonos, a primeira semana infligiu pesadas baixas praticamente em todas as equipas da classe Rally GP. A equipa indiana Hero Motosport foi a mais prejudicada com a perda de Joaquim Rodrigues, Sebastian Buhler e Joan Barreda ao longo da semana, a Sherco ficou sem Lorenzo Santolini (Etapa 2), a Red Bull GASGAS Factory perdeu Sam Sunderland (Etapa 3) e a Honda perdeu dois pilotos, Tosha Schareina muito cedo (Etapa 1) e o americano Skyler Howes no final da semana (6ª etapa), reduzindo o seu efetivo para quatro pilotos.

Por fim, a KTM é quem tem o melhor saldo neste ranking, zero abandoo com os seus dois pilotos em prova, porém muito atrás da marca alada na classificação, com Toby Price no quinto lugar, a 27 minutos do líder e o vencedor do ano passado Kevin Benavides na sexta posição

Fora das equipas de fábrica, o jovem americano Mason Klein passou uma semana de dissabores constante com a chinesa Kove 450 da Korr Racing, tendo que trocar por duas vezes o motor e abandonar definitivamente o rali na etapa dupla de quinta e sexta-feira. Por fim, na classe de Rally 2 onde concorrem motos praticamente stock, Michael Docherty (BAS World KTM) retirou-se na Etapa 2, assim como o espanhol Cesar Rojo da mesma equipa na jornada dupla de 48 horas de quinta e sexta-feira.

Por último, facto positivo a realçar, foi que este abandonos limitaram-se especialmente a problemas mecânicos, não havendo lesões graves a registar entre os concorrentes – prova de que a segurança no Rally Dakar ganhou também vários pontos este ano em relação a anteriores edições.

Estão atualmente 122 concorrentes de motos em prova, veremos quanto desgastante será a segunda semana e quantos vão chegar ao pódio final no dia 19 de janeiro em Yanbu. Até lá, continue a acompanhar tudo desta 46ª edição do icónico Rali Dakar aqui no MotoSport.

Classificação da Etapa 6a e 6b – 48 Horas Crono

Classificação Geral – Top 25