Martim Ventura: “A minha primeira experiência em Marrocos foi muito positiva”
Antes da terceira ronda do campeonato nacional de Rally Raid – disputada em Marco de Canaveses no passado fim de semana – Martim Ventura teve a sua primeira experiência no deserto, ao lado de António Maio.
Fala-nos sobre esta viagem…
“Foi uma viagem de seis dias (domingo a sábado), quatro deles com treino de moto com o roadbook. Fui com o António Maio e com o meu pai. Eu só tinha feito quatro dias de navegação em toda a minha vida, dois deles no CNRR, e tinha sido há um ano, portanto ía com muito pouca experiência de navegação. Esta foi a minha primeira experiência no deserto”.
O que mais te surpreendeu no terreno que encontraste em Marrocos?
“O terreno é totalmente diferente do que temos em Portugal. São caminhos muito pouco vísiveis e, se cair uma chuva ou existir muito vento, simplesmente desaparecem. São muitas dunas e montes de areia no meio nada. Tudo isto fez com que os primeiros quilómetros tivesse sido um pouco difíceis para mim”.
O objetivo era treinar a navegação. O que aprendeste?
“Em Marrocos usamos muito CAPs, ou seja, conduzimos por graus pois é a única forma de navegar nas dunas, e eu nunca tinha treinado isso”.
Sendo a tua primeira vez no deserto, foi também o teu primeiro contacto com as dunas. Como correu?
“As dunas foram uma surpresa para mim e, diria mesmo, um ‘abre-olhos’ que tive. Eu achava que as dunas eram fáceis, pois não havia buracos. Enganei-me. As dunas são algo que nos pode magoar à séria. Por exemplo, se o sol estiver nas nossa costas, é incrível o quão difícil é conseguir perceber o relevo das dunas. Num instante, damos um salto numa duna sem sequer nos apercebermos. Apanhei também outro tipo de dunas mais pequenas, mais seguras, mas acho que mais difíceis de conduzir. Dunas incrivelmente moles, bem mais moles que em Azeitão. Mandei umas quantas quedas até perceber isso. Em vez de passar a duna, entrava ‘dentro’ dela, por ser incrivelmente mole (risos)”.
Mas acabaste por te “entender” com as dunas?
“Depois destes ‘choques’ todos, lá ‘atinei’. Comecei-me a divertir bem mais e a encaixar muito melhor com a navegação e com o tipo de terreno. Já se tornava raro falhar uma nota de navegação e já conseguia ‘perceber’ as dunas e andar rápido sem correr riscos”.
Que balanço fazes desta experiência?
“Sinto que cumpri os meus objetivos. Queria aprender ao máximo e levar bastante informação para casa para saber o que tenho de melhorar no treino que faço. Fiquei muito feliz com o que aprendi, mas sei que ainda tenho muito mesmo para evoluir e perceber. Este é um mundo muito diferente do que estamos habituados. Para uma primeira ida a Marrocos sinto que foi muito positivo e a diferença do primeiro para o último dia de estágio foi enorme. Acredito que quando lá voltar vou estar muito mais à vontade. Tenho de pedir mais umas dicas a quem percebe e tem experiência nestas andanças (risos)”.
Que planos tens para a tua futura carreira nos Rally Raids?
“Sim, tenho planos em mente e para o ano talvez faça um ou outro Rally Raid. Muito em breve, estaremos em Marrocos outra vez. Vou aos poucos evoluindo neste mundo para um dia, quando surgir a oportunidade de fazer um Rally, estar o mais bem preparado possível e poder ‘mostrar-me’ ao máximo. Até lá, seguimos sonhando e trabalhando”.
—
(Foto: Facebook Martim Ventura)
0 comentários