Diogo Vieira: “Na Extreme XL Lagares o público faz-me sentir uma superstar”

By on 13 Abril, 2020

20 perguntas de resposta rápida foi o desafio que colocámos a Diogo Vieira, tri-campeão nacional de Super Enduro!

Data e local de nascimento?

“24/03/1993 no Porto.”

Na escola, eras um aluno bem comportado?

“Bem comportado nem por isso… mas era relativamente bom aluno, apesar de não gostar de estudar por decorar.”

O teu passatempo preferido?

“É dificil dizer mas andar de moto e bicicleta são as coisas que mais gosto de fazer e, se for com amigos, melhor ainda.”

Fora das motos, que outro desporto acompanhas como fã?

“Ciclismo (XCO e DH), CrossFit e alguns ‘E-games’, tanto de carros como de motos.”

Se não fosses piloto, qual o desporto que escolhias para fazer competição?

“Ciclismo ou CrossFit.”

Para ti, o mais importante na vida é…

“É dificil de dizer pois normalmente desvalorizamos o que temos e só nos apercebemos do quão importante era quando já não a temos.”

Se um dia pudesses ser uma estrela mundial, quem escolhias ser?

“Provavelmente um político, alguém com poder para mudar as coisas e tentar dar um maior apoio a desportistas e artistas. Dar beneficios fiscais a empresas que apoiem o desporto e as artes.”

Qual foi a primeira prova da tua carreira?

“Foi uma prova de Trial em Póvoa de Lanhoso no ano de 2001. Já não me lembro bem mas sei que estava muita lama.”

Utilizas o número 21 por que motivo?

“Escolhi o 121 à pressa uns dias antes da minha primeira prova de Enduro, e como nesse ano consegui ser campeão, decidi continuar com os mesmos números. No entanto, na classe Elite só podia ter dois dígitos e então ficou o 21. Tenho-o usado desde essa altura e agora é bom saber que as pessoas já me associam a esse número. Como bónus é o número do Jason Anderson, que é um dos meus pilotos preferidos.”

Ídolo a nível nacional?

“Escolher um não é fácil mas os meus ídolos a nível nacional são o Luís Oliveira, o Diogo Ventura e o Rui Gonçalves. Aprendi muito com eles e é incrível poder chamar os meus ídolos de amigos.”

Piloto preferido a nível internacional?

“A nível Internacional são tantos: Billy Bolt, Jonny Walker, Jason Anderson, Eli Tomac, Ricky Carmichael, Ken Roczen, Antonio Cairoli, Marc Marquez, Toni Bou, Mario Roman entre muitos outros.”

A prova que mais gostas?

“Erzberg. É tão diferente de tudo o que ando e treino o ano todo. Tanto no prólogo como na prova e toda a festa que envolve o evento é inacreditável. A XL Lagares também tem um lugar especial pois estou a jogar em casa e todo o apoio que tenho durante a prova é indescritível. Sinto-me realmente uma ‘superstar’.”

A prova que menos gostas?

“Não é bem uma prova, mas mais um tipo de prova. Não gosto de provas de Enduro com muito pó. Não sei andar nesse tipo de condições.”

Como piloto, diz-nos um ponto forte e um ponto fraco teu?

“É sempre mais fácil ver onde somos maus do que onde somos bons, porque mesmo onde somos bons poderíamos sempre ser melhores.
Acho que um ponto forte é a predisposição para aprender.
Pontos fracos são a falta de agressividade e velocidade e a parte física.”

Quem é (ou foi) a pessoa mais importante na tua carreira?

“No Trial sempre tive o meu pai a ensinar-me e a apoiar-me. Mais tarde o Carlitos começou a ajudar-me tanto na parte mecânica, como na sensibilidade em relação à afinação da moto e gestão de corridas e isso fez-me ‘dar o salto’.
Quando passei para o Enduro, no primeiro ano tive a ajuda do Pedro Bianchi Prata e, a partir daí, ficamos por nossa conta. No Enduro é mais difícil apontar uma pessoa mas o Luís Oliveira e o Diogo Ventura são responsáveis por quase tudo o que sei em relação ao Enduro, tanto pelo que me ensinaram como pelo que eu via durante os treinos que fazia com eles e depois tentava imitar.
No Extreme Enduro fui um bocado autodidata. Já tinha a técnica do Trial, então tentei aplicar essas técnicas na moto de Enduro.”

Imagina que te era dada a hipótese de treinar um dia inteiro com qualquer piloto nacional ou mundial. Quem escolhias?

“Já treinei com muitos pilotos, tanto nacionais como internacionais, com quem sempre sonhei treinar. Acho que agora escolhia o Ryan Hughes (treinador de pilotos como Glenn Coldenhoff). Ele foca-se muito na técnica de pilotagem e na posição do corpo e, como fui autodidata, em muitas coisas tenho muitos erros que alguém com olho clínico conseguiria detetar e ajudar-me a melhorar.”

Tens alguma superstição ou ritual antes de começar uma corrida?

“Tento não ter. Normalmente se uma prova me corre bem com determinadas luvas, tento usá-las na prova a seguir mas, se não as usar e correr mal, tento desvalorizar.”

Até hoje, qual foi a corrida da tua vida?

“Para mim a corrida mais importante é a corrida de amanhã, aquela que ainda não fiz. Vivo com o lema ‘never settle’.”

Qual o jovem piloto que achas que pode vir a ser uma futura “estrela” da modalidade?

“No Extreme Enduro, apesar de não ser obrigatório, ter a ‘escola’ do Trial é uma mais valia grande. Não sei qual o caminho que o Paulo Ballas vai seguir no futuro mas, se continuar no Trial mais uns anos e depois mudar para o Enduro, poderá ter futuro na modalidade. O Marco Ferreira é outro piloto que, se for bem guiado, poderia ter um bom futuro no Extreme.”

Se te dessem a possibilidade de testar uma moto de um piloto de fábrica (da atualidade ou do passado), que moto escolhias?

“Tantas motos, não é fácil escolher uma. Sempre quis experimentar uma moto de velocidade de 500cc a 2 tempos.”

Que corrida ou campeonato sonhas um dia ganhar?

“O meu sonho é ser campeão do mundo. Tenho trabalhado para isso e espero que possa continuar nesse sentido. Estamos numa fase de mais perguntas que respostas e ninguém sabe como vai recuperar a economia.”

A quem gostarias de agradecer?

“Tenho de agradecer à Raposeira que desde 2015 nos apoia e tornou tudo possível assim como a todos os patrocinadores e pessoas que me ajudaram ao longo de todos estes anos de carreira e a todos os meus adversários por me darem razões para treinar ainda mais.”

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(Fotos: FMP)

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