Glenn Coldenhoff, MXGP: “O meu contrato termina a 1 de Novembro e estou preocupado”
Glenn Coldenhoff, tal como todos os outros atletas de alta competição, atravessa um momento difícil e de incertezas. O holandês estava ansioso para fazer ainda melhor no Grande Prémio da Argentina e agora enfrenta uma paragem que deverá até junho ou, quem sabe, julho.
Durante estes dias, Coldenhoff tem tentado encontrar diferentes formas de se manter ocupado e em forma. “Normalmente faço dois treinos por dia, mas agora eu só faço um. Claro que continuo a andar, mantenho algum treino para que não precise de começar do zero outra vez quando for para recomeçar a competição”.
É certo que aquilo que está, neste momento, a afetar o mundo inteiro, é muito complicado para todos mas para Coldenhoff, parar depois de apenas duas corridas é completamente desolador.
“É muito complicado. Começámos a época, tivemos um Inverno muito bom, sem lesões. Entrei na temporada a sentir-me muito bem, forte e confiante e agora, de repente, depois de duas corridas, tivemos de parar. Nunca estivemos neste tipo de situação antes, por isso é tudo novo para todos. É difícil. Tive um acidente em Valkenswaard, queimei a perna e fiquei bastante dorido depois desse fim-de-semana. Portanto, até certo ponto, foi bom ter algum tempo para recuperar. Por enquanto, fazer um plano para o futuro não é fácil, porque tenho medo que mais corridas sejam adiadas ou canceladas”, avança o holandês.
O piloto da Gas Gas vive na zona de Brabant, na Holanda, uma das regiões do país mais atingidas pelo coronavírus e, ao que parece, ele próprio já teve alguns sintomas.
“Durante as últimas semanas estive em Itália, antes de tudo ser fechado, e tanto eu como a minha namorada tivemos alguns sintomas. Talvez tenha trazido o vírus para a Holanda. Senti-me doente, um pouco de dor de garganta e a minha namorada também teve. Por cá, as coisas estão a ficar mais complicadas, mas não tanto como em Espanha ou em Itália. Eles fecharam tudo por completo e aqui ainda nos podemos movimentar: sair um pouco ou ir trabalhar, pelo menos algumas pessoas”, explicou.
O Campeonato do Mundo de Motocross tem agora um calendário totalmente diferente daquilo que estava previsto inicialmente, com várias corridas a serem adiadas para outubro e novembro. Esta mudança acarreta algumas consequências, nomeadamente, uma paragem bastante longa para todos os pilotos devido ao encerramento das pistas por todo o mundo.
“Todas as pistas tiveram de ser encerradas, foi o que a federação nos disse, todas as pistas vão fechar, e isso foi anunciado há alguns dias. Tento procurar algumas pistas particulares, onde o dono possa abrir a sua pista só para mim e tento andar de moto dessa forma. Sinto muita falta dela: é a minha vida. Por outro lado, tenho passado mais tempo com a família. Vou tentar encontrar algum sítio onde eu possa pilotar um pouco. Pelo menos uma ou duas vezes por semana”, disse Glenn Coldenhoff.
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Foto: Ray Archer
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