MXGP, Jeffrey Herlings: “É muito difícil não saber o que vai acontecer”
Com todas as pistas ainda encerradas devido ao surto de coronavírus, Jeffrey Herlings, tal como todos os outros pilotos, permanece na sua casa, em isolamento social. A situação não está a ser fácil para o piloto, que já não anda na sua moto há mais de um mês.
“É muito aborrecido. Sempre que estás a correr, queres um tempo livre, mas depois tens tanto tempo livre, como agora, que é quase como se tivesse uma lesão. É um momento difícil que estamos a viver neste momento, especialmente por não sabermos o que vai acontecer nos próximos tempos”, disse Herlings.
“Basicamente já não ando de moto há um mês. Todas as pistas estão fechadas. Acho que está tudo fechado em toda a Europa neste momento. Os dias levam muito tempo a passar, as últimas três ou quatro semanas apenas tivemos sol e boas temperaturas, o que torna ainda mais difícil ficar em casa o dia todo”, acrescentou o piloto holandês.
Com tanto tempo passado em casa e sem a possibilidade de andar de moto, Herlings teve de arranjar outras formas de passar o tempo durante esta fase mais complicada.
“Tenho visto muita Netflix. Vi Breaking Bad numa semana visto que passo quase 12 horas por dia em frente à televisão. Também ando de bicicleta umas duas ou três horas, às vezes dentro de casa outras fora, porque ainda o podemos fazer. Aqui está tudo fechado portanto não há muito mais a fazer do que ficar em casa”, contou o piloto entre risos.
A sorte dos pilotos de MXGP, ao contrário de muitos outros, foi terem tido a possibilidade de realizar as duas primeiras rondas do campeonato, ainda de forma tranquila. Jeffrey Herlings não podia ter arrancado a temporada de melhor forma. Depois de duas vitórias consecutivas, em Matterley Basin e Valkenswaard, o holandês é líder do Campeonato do Mundo de Motocross de 2020.
“Apesar das mudanças no horário provocadas pelo mau tempo, conseguimos qualificar-nos bem para a corrida. No domingo as coisas correram bem e isso foi bastante positivo. Terminar a primeira ronda com uma vitória foi muito importante, especialmente depois de todo o azar que tivemos em 2019 ao perdermos quase a temporada completa. Regressar em 2020 e terminar as duas primeiras rondas com a vitória na geral foi uma excelente maneira de começar o ano”, relembrou Herlings.
Como se sabe, o piloto da Red Bull KTM entrou para este ano com uma mentalidade renovada. A sede de vitória parece mais controlada e o objetivo passou a ser terminar todas as rondas do campeonato sem grandes sobressaltos.
“Acho que o facto de ter tido muitas visitas ao hospital ultimamente ajudaram a que mudasse um pouco a minha maneira de pensar. Eu antes já sabia que deveria manter-me calmo e fazer as coisas como deve ser, mas assim que punha o capacete esquecia-me de tudo isso. Só queria vencer as corridas e não pensava tanto no resto porque sabia que era importante somar pontos para conquistar o título. Ainda acredito nisso e tenho a certeza de que se terminar no pódio em todas as corridas, a possibilidade de vencer o campeonato é muito elevada. No entanto, percebi que o objetivo deveria ser terminar sempre entre os três primeiros e não arriscar demasiado para conseguir uma vitória. Foi precisamente isso que fiz quando deixei o Tim Gajser seguir porque sabia que ia conseguir a vitória na geral se terminasse em segundo. O campeonato é composto por 20 rondas e é importante poder terminá-las todas”, explicou o piloto de 25 anos.
“Estamos numa situação muito complicada. Não sabemos quando é que tudo vai começar novamente, como vão funcionar as coisas, quantas rondas vamos ter e isso torna o resultado do campeonato ainda mais imprevisível”, avançou Jeffrey Herlings.
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Foto: KTM images/Haudiquert P.
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