Joaquim Rodrigues: “A navegação vai ser a chave para um bom resultado neste Dakar”

By on 2 Janeiro, 2020

Joaquim Rodrigues vai disputar o Dakar pela quarta vez na sua carreira. O piloto da Hero falou-nos do seu ano de 2019, dos seus colegas de equipa e das expectativas que tem para o Dakar 2020.

Este ano conquistaste a tua primeira vitória num Rally. Foi também o primeiro triunfo da Hero. Sentes que tu e a equipa estão mais preparados que nunca para o Dakar?

“Este ano foi um bom ano para mim. O Dakar 2019 foi muito duro e difícil para mim. Estava limitado pois ainda tinha os parafusos na coluna e, principalmente, estava muito em baixo a nível psicológico. Foi uma recuperação longa e dura, obviamente que ainda sofro com tudo o que aconteceu. Felizmente, depois do Dakar 2019 fiz a minha última cirurgia à coluna e desde aí, pouco a pouco, vim a melhorar e a recuperar a minha velocidade e confiança. A minha primeira vitória nos Rally’s foi um ‘boost’ para a minha confiança. Foi a primeira vitória da Hero e fiquei muito contente por poder dar este triunfo a uma equipa que, em tão pouco tempo, tem crescido a passos largos, e a cada ano está mais preparada para o Dakar”.

Terás ao teu lado o Paulo Gonçalves e o Sebastian Buhler. Na tua opinião, a experiência do Paulo e a vontade de aprender do Sebastian vão ajudar a fortalecer a equipa?

“Sem dúvida que o Paulo é muito bom para a equipa porque traz uma experiência que nenhum outro piloto no activo tem no Dakar. Foi um grande passo para a equipa e todos começam a ver a Hero como uma verdadeira equipa de fábrica!
O Buhler é um talento e um valor futuro da modalidade. Quando começámos a trabalhar com ele há 1 ou 2 anos atrás, o objetivo era a longo prazo ‘fazer’ e ensinar, moldar para no futuro ele ser o nosso piloto para lutar pelos lugares da frente. Ele já estava na equipa, apesar de não competir nas nossas motos, mas é bom ele agora ter a oportunidade de poder começar a rodar nas Hero. Mesmo para nós, os outros pilotos da equipa, é mais uma Hero em pista e podemos trabalhar todos em conjunto para atingir os objetivos da marca”.

Este será o teu quarto Dakar. Que dificuldades achas que vais encontrar na estreia da prova na Arábia Saudita?

“Apesar de ser o meu quarto Dakar, sinto que é apenas o meu terceiro, já que no segundo ano só fiz 5 km… Mas acho que vai ser uma mudança positiva, vai ser tudo novo para toda a gente. Depois do Dakar 2019 ter sido ‘mau’ na minha opinião, uma nova aventura vem renovar o ambiente e a competição. Quanto a dificuldades, penso que vão ser as etapas longas, porque que vamos fazer todos os dias o dobro dos quilómetros do ano passado e, pelo que se diz, a navegação será muito difícil”.

Que resultado queres alcançar no Dakar 2020?

“Para ser sincero, não quero alcançar nenhum resultado em concreto. No ano do meu acidente, tudo indicava que teria um bom Dakar e estaria na luta pelos lugares da frente e depois as coisas correram mal… Este ano coloquei a mim próprio mais metas do que expectativas. Com as etapas de 800 km, tenho o objetivo de chegar ao fim todos os dias com um bom ritmo mas com a moto inteira. Numa prova de duas semanas e com tantos quilómetros, quero tentar eliminar o mais possível os erros de navegação que no final das duas semanas penso que vai ser a ‘chave‘ para, no final, obter um bom resultado”.

(Foto: Hero Motosports)

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