Dakar 2018 – Mário Patrão: “Existe a possibilidade de participar novamente com a KTM oficial”
A quatro meses do início de mais um Dakar, no caso a 40ª edição, Mário Patrão está em preparação para a sua sexta participação na mais dura prova de todo-o-terreno do mundo. E foi precisamente para saber como está essa mesma preparação que o MotoSport esteve à conversa com o piloto que em 2016 conquistou de forma brilhante a classe Maratona.
“A inscrição para participar na prova já foi feita no mês passado. Agora temos pela frente uma fase inicial de preparação em termos físicos. Estou mais focado na parte física, sendo que neste mês de setembro vamos realizar alguns testes em Marrocos. Para além desses ensaios irei também realizar uma ou outra prova de preparação. O objetivo é fazer até ao final do ano o máximo de quilómetros de roadbook e estar muito focado na componente física. Isto porque o ano passado participei no Dakar com muitas limitações e quero tentar em 2018 estar em melhor forma”, começou por dizer Mário Patrão.
O piloto de Seia não escondeu que as limitações físicas com que se deparou em 2017 estiveram naturalmente relacionadas com a fratura de uma perna em maio de 2016 aquando do Rali TT Reguengos de Monsaraz, prova inserida no Campeonato Nacional de Todo-o-Terreno.
“O ano passado em outubro não tinha a certeza se iria participar no Dakar. Apenas retomei os treinos com a moto em outubro. Somente realizei um pequeno teste em Marrocos (OiLibya Rally) antes da corrida. As coisas no Dakar acabaram por não correr mal, mas sinto que se tivesse feito uma melhor preparação estaria bem mais forte ao nível do meu desempenho. Houve etapas em que sofri bastante por estar a competir muito limitado em termos físicos”, explicou o piloto luso.
Passado mais de um ano após o acidente em Reguengos e um intenso de trabalho de recuperação Mário não está ainda a 100% da perna fraturada. “Depois da participação no Dakar será necessária mais uma intervenção cirúrgica. Estou muito melhor em comparação com o ano passado, mas não posso garantir que a perna está a 100%. Neste momento andar de moto em terra não me causa nenhum incómodo. A nível físico sinto alguma limitação quando corro. Tenho de compensar esta limitação por exemplo com o treino de bicicleta de modo a manter a minha forma”.
Por definir está ainda se Mário Patrão vai participar na grande maratona inserido na estrutura oficial da KTM tal como sucedeu o ano à passado, poucos dias antes da partida, onde tomou o lugar do lesionado Ivan Ramirez. “O que posso apenas garantir neste momento é que vou estar à partida do Dakar se até lá não tiver nenhuma lesão grave. Há possibilidade da situação verificada em 2017 repetir-se, mas nada está ainda garantido. No entanto neste momento não é isso que me preocupa. Quero é estar bem e preparar-me convenientemente para assim estar o mais perto possível da minha melhor forma física. Existe essa possibilidade e caso se concretize lá estarei para fazer o meu trabalho mediante o que for proposto. Caso não se concretize irei também dar o máximo e fazer seguramente um bom trabalho”.
O pluricampeão nacional de todo-o-terreno lançou ainda um olhar sobre o percurso, que para 2018 tem como novidade o regresso do Peru e a saída do Paraguai, país que em 2017 acolheu a partida. “Já tive a oportunidade de correr no Peru quando participei pela primeira vez no Dakar. É um país com muita areia e vamos logo apanhar nas primeira cinco etapas esse tipo de terreno. De certeza que serão jornadas bastante difíceis. O ano passado tivemos uma fase inicial da corrida mais tranquila e o miolo da mesma foi mais exigente nomeadamente devido às elevadas altitudes e muita chuva que caiu. Este ano o início do Dakar será muito duro e penso por aquilo que já vi do percurso que infelizmente até ao quinto dia entre 20 a 30% dos pilotos em competição estarão fora da contenda. Para mim é importante saber que este ano o Dakar terá mais areia. Assim farei uma preparação mais exigente neste terreno de modo a não perder tempo nessas etapas”.
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