Dakar 2020: Andrew Short quer o pódio

By on 28 Dezembro, 2019

Depois de conquistar a sua primeira vitória no Campeonato do Mundo de Rallies Cross Country na última jornada de 2019, em Marrocos, Andrew Short conquistou ainda o título de vice-campeão.

“Ganhar a última prova do campeonato mundial, que foi também a última corrida antes do Dakar, foi muito importante para mim e para a equipa. Foi um pouco inesperado, mas sei que andei bem. Tinha algumas coisas a meu favor e outras não, mas fui capaz de superar isso. Foi uma boa corrida e um marco para mim, principalmente pelo facto de os meus grandes adversários também estarem em competição”.

O antigo piloto de Motocross e Supercross chegou a um ponto de viragem na sua carreira ao mostrar as suas capacidades no Rally, provando que podia estar ao mesmo nível dos pilotos mais experientes.

A caminho do seu terceiro Dakar com a Rockstar Energy Husqvarna, Andrew Short explica que até este ano não tinha a certeza se o seu destino seria o Rally. “Na prova deste ano senti-me, finalmente, realizado e percebi que estávamos no caminho certo e a progredir. Isto também foi bom para a equipa porque eles já confiavam muito em mim e eu não estava a conseguir obter os resultados desejados”.

Dito isto, o piloto realçou que um dos seus maiores problemas foi a forma como encarou a competição. “Fiz essa transição do MX para o Rally e subestimei o quão difícil seria o Dakar e o quão bons eram os outros pilotos. Eu sabia que tinha a velocidade em termos de pilotagem da moto, esquecendo, no entanto, que os outros têm muita experiência, conhecimento e são muito inteligentes na forma como fazem as corridas. Por isso, eu percebi que tinha muito que aprender, não apenas em termos de navegação, mas também a forma como as corridas se desenrolam. Há muito mais num Rally do que as pessoas pensam”.

Agora, com mais alguma experiência, Andrew Short já tem o plano traçado para encarar a dura prova de 2020. “Tornei-me muito melhor a ler o terreno e também a saber onde estão os outros pilotos, qual é a distância a que se encontram e como é que isso se relaciona com o Rally em geral. Essas são as coisas que não conseguia entender antes e agora tenho uma ideia melhor e sei como jogar melhor o jogo, o que o torna também muito mais divertido”.

O piloto da Husqvarna realça ainda que não é apenas a velocidade que importa. “Claro que temos de andar sempre rápido, mas às vezes há um jogo dentro do jogo e reconhecer isso e saber quando fazer a jogada certa é importante. Por exemplo, alguns dias é bom ‘apenas’ ganhar, mas também temos de ter em consideração qual a vantagem que podemos conseguir na classificação geral. Isso torna o Rally divertido”.

Apesar de estar cada vez mais habituado às características de uma prova como o Dakar, Andrew Short reconhece que, em termos de preparação, é muito mais difícil treinar para esta competição do que para Motocross ou Supercross. “No Rally nunca sabemos o que esperar. Alguns dias pode ser muito frio, rochoso e em grande altitude e outros dias pode ser super quente, nas dunas e até podemos ficar presos e precisarmos de empurrar a moto. No dia seguinte a moto pode estar avariada e, por isso, temos de passar algum tempo a arranjá-la quando devíamos estar a correr, por exemplo”.

Quanto aos objetivos para o Dakar, que arranca já dia 5 de janeiro, Short mantém uma postura humilde. “Quando questionados sobre isso, a maioria dos pilotos dizem que só querem terminar. Esse é, de facto, o primeiro objetivo porque passamos por tanta coisa que, chegar lá e não terminar seria uma pena. Terminei em 17º no meu primeiro Dakar a andar dois dias com uma perna partida. No ano passado fechei em 6.º, então acho que o próximo passo é o pódio. Ganhar seria incrível. Eu tenho a velocidade mas não a experiência de alguns dos melhores, por isso conseguir terminar no pódio é um objetivo”.

Foto: Sebas Romero

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