AMA SX: Ryan Dungey anuncia retirada
O rumor já corria há algum tempo nos bastidores do AMA Supercross, mas ontem em conferência de imprensa realizada no Angel Stadium, em Anaheim, Ryan Dungey anunciou a sua retirada da competição. O antigo piloto da KTM, marca com a qual conheceu os melhores momentos da carreira, sai de cena com apenas 27 anos e uma semana e meia depois de ter conquistado o seu terceiro título consecutivo no AMA Supercross 450, isto numa época onde travou uma batalha emocionante pela vitória com Eli Tomac. Curiosamente o desgaste desta luta ajudou e muito à decisão revelada ontem.
Produto treinado pelo mítico Aldon Baker e ‘gerido’ pelo também mítico Roger de Coster, Dungey ficará na história do competitivo AMA Supercross como um dos pilotos mais bem sucedidos da disciplina. Quatro títulos no AMA Supercross 450, dos quais três foram obtidos entre 2015 e 2017, servem de chancela a uma carreira onde a rapidez foi sempre aliada a uma extraordinária consistência, sendo muitos poucos os erros que o piloto proveniente do Estado do Minnesota cometeu ao qual juntou também poucas lesões, aspecto que por vezes trai a carreira dos pilotos, que o diga Ken Roczen.
Contudo não foi apenas no AMA Supercross 450 que Ryan Dungey subiu ao lugar mais alto do pódio consagrando-se como campeão do mundo da especialidade. O norte-americano foi também três vezes (2010, 2012, 2015) vencedor do AMA Motocross 450 e sagrou-se por uma ocasião campeão do AMA Supercross 250 Costa Oeste e AMA Motocross 250, sendo que ambas as conquistas foram alcançadas em 2009, então com as cores da Suzuki. O toque final na carreira foi dado com o triplo triunfo (2009, 2010, 2011) no prestigiado Motocross das Nações, onde como é natural representou a selecção dos Estados Unidos da América, ajudando esta a consolidar-se como recordista de vitórias na competição.
“É difícil acreditar que este dia chegou, mas depois de muito pensar e rezar nos últimos meses anuncio o meu abandono da competição. Não foi a decisão mais fácil que já tive de tomar. Venci mais do que poderia ter imaginado ou sonhado, por isso sou alguém extremamente honrado. Fui até ao limite das minhas forças, mas a verdade é que este desporto é duro. As épocas são longas e exigem muito sacrifício, trabalho e disciplina de modo a estar no topo. Em termos físicos sinto-me na melhor forma da minha vida para além de ter à minha disposição material para vencer. Porém este ano senti dificuldades em termos mentais. Sempre quis vencer, mas esta temporada foi diferente para mim. Disse há uma semana e meia no pódio de Las Vegas (ndr: palco da última corrida da temporada de 2017 do AMA Supercross) que este título em comparação com os anteriores tinha sido o mais importante. Isto porque tive de lutar muito para o alcançar. Não necessariamente pelas batalhas em pista, que foram boas e duras, mas sim porque tive ir aos limites em termos mentais, algo que até então nunca tinha feito. Ter conquistado o título pelo terceiro ano consecutivo foi uma bênção inacreditável e da qual estou muito orgulhoso”, referiu Ryan Dungey na sua nota de despedida.
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